11 maio 2007

Raso, vaso, espinho e flor.

Cansei de ser raso.
Cansei de ser vazo.
Cansei de ser espinho.
Cansei de ser flor.
Sou tudo e nada com a mesma intensidade.
Sou fonte e poço, com a mesma profundidade.
O telefone toca.
Espero, enquanto a poesia deita-se para recompor sua inspiração.
Sob sua mente, a lua encandece seu espelho, distante, mas reflete seu suspiro tépido e cadente entre a luz de uma estrela que é comum de dois.
Não é do seu e não é do meu, a poesia é sutil, pois faz de nós instrumento da linguagem, porque eu não sei mais se sou eu, ou se sou palavra.
Regenerado, levanto a cabeça já sem medo de encosta-la nas nuvens. Meu pensar, meu tormento, meu contemplar, unidos transformam o céu acinzentado em uma aurora doce, que nem sente mais o dissabor de quem erra.
Errar é o preço daqueles que não vivem na mediocridade rasa, que transgridem a feição mais clichê dos sentimentos, e que de forma pitoresca questionam os dogmas impostos pela razão e pela moral vigente.
Quero errar sempre.
Quero viver cansado.
Quero esquecer do que é sagrado. Faço essa ressalva, pois as palavras mais sacras e cristalinas da nossa cumplicidade, não desaparecerão enquanto acreditarmos no mesmo sonho, e adaptarmos à nossa realidade, para que eles durem até o crepúsculo de nossa existência.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não erre sempre e descanse um pouco.
Quando a hora chega, não se pode deixar passar.
Aproveite e deixe tudo nas mãos do destino.
Se nada der certo, muitas outras chances virão.

Eu gosto muito de você, Du.
E a luz vai estar sempre aqui, tá?

beijo
:*

Anônimo disse...

Eu lembro desse comecinho!! auahauha!
Saudades de vc seu horroroso!!!
Bjão

Anônimo disse...

bffss .... ffff ....