Como
a suave voz de suas entranhas
Partilhou
estranhas palavras sem voz.
Cuspiu
no orgulho que o feriu
E
feriu os orgulhosos que cuspiram em si.
Mandou
prender a sua liberdade
E pelo
sonho de ser livre se prendeu.
Não
observou o trânsito pela janela,
Apenas
transitou e da janela se viu.
Nos
olhos, um pesar pedante.
Na
alma, somente a piedade o olhava.
Lançou
o corpo para fora do carro
E
ao pousar os pés no solo, perdeu o chão.
Sem chão, sem teto, sem rumo, sem prumo.
Aprumou
as migalhas de si
E
se fez pão a uma languida ave
Que,
ao voar,
Deu
vida a suave voz de suas entranhas.