25 agosto 2008

Quero ser você em mim

Quero ser você em mim.
Ser bem mais que um boneco,
Bem mais que um fantoche.
Quero ser bem mais que eu.

Com o tempo estou a aprender.
O vento já me fez brisa.
Furacões não me incomodam.
A janela fechou-se para negociações.

O sorvete de flocos,
A cobertura de leite condensado,
A calda de chocolate...
O copo de leite com chocolate...

Você diz que eu te salvei,
Que eu te salvo sempre.
Quer ser como eu,
Pois não seja. Seja melhor...

Seja apenas você em mim.

19 agosto 2008

Determinado Tempo

Em um determinado tempo, as coisas hão de dar certo;
Mas às vezes penso: “Será que já não é hora do tempo ter um pouco mais de determinação?”
Apático. Sem brio. Tardio.
Divaga entre um infortúnio e uma expectativa frustrada.
De quando em quando, alimenta-se com uma porção de sorrisos. Uma rodada de olhares, um prato de beijos molhados.
Pede ao garçom que traga a carta de abraços. Saboreia um a um. Degusta lentamente, concentra-se na taça; Não há títulos.
Títulos, honrarias, comemorações são para os efêmeros.
Recolhe-se. Tenciona o corpo ao escuro, e se guarda; O abrigo do seu quarto, é hoje fortaleza sombria, que não deixa resguardo, não transcende luz, não transcende esperança. Fica quietinha lá fora. Às vezes bate na porta, mas a porta não abre; Às vezes encontra fresta na janela, mas a janela não abre.
Conta com o tempo.
Espera que o tempo tome conta.
Não conta a ninguém seus segredos.
Fecha os olhos e apenas sonha, afinal determinaram que amanhã é dia de se acordar cedo.

10 agosto 2008

Confusão Tamanha

Não adianta disfarçar,
Apenas chore.
Copiosamente,
Deliberadas lágrimas.

Outrora impostora,
A confusão
Jamais foi tão sincera.

Seca, mas cheia de lágrimas.
Em seu dissabor,
Apenas a vingança.

Secos mares de esperança.
Peixes pequenos,
Rios sem vida.

Eu só quero ser magia,
Me esconder nos palcos,
Nas mãos dos magos,
Nos mares, nos rios...

Mas sou choro.
Sou lágrima.
Sou confusão.

Confusão Tamanha.