19 agosto 2008

Determinado Tempo

Em um determinado tempo, as coisas hão de dar certo;
Mas às vezes penso: “Será que já não é hora do tempo ter um pouco mais de determinação?”
Apático. Sem brio. Tardio.
Divaga entre um infortúnio e uma expectativa frustrada.
De quando em quando, alimenta-se com uma porção de sorrisos. Uma rodada de olhares, um prato de beijos molhados.
Pede ao garçom que traga a carta de abraços. Saboreia um a um. Degusta lentamente, concentra-se na taça; Não há títulos.
Títulos, honrarias, comemorações são para os efêmeros.
Recolhe-se. Tenciona o corpo ao escuro, e se guarda; O abrigo do seu quarto, é hoje fortaleza sombria, que não deixa resguardo, não transcende luz, não transcende esperança. Fica quietinha lá fora. Às vezes bate na porta, mas a porta não abre; Às vezes encontra fresta na janela, mas a janela não abre.
Conta com o tempo.
Espera que o tempo tome conta.
Não conta a ninguém seus segredos.
Fecha os olhos e apenas sonha, afinal determinaram que amanhã é dia de se acordar cedo.

Um comentário:

Anônimo disse...

o cursor exigindo e eu, estarrecido, sem saber escolher as palavras me pareceram a melhor representação desse momento. mas eu me obrigo a dar um passo a frente.

tudo faz tanto sentido, mas ao mesmo tempo é uma utopia tão improvável e tão impossível de ter uma confirmação.

se esses tesouros todos me convidam, como poderia agir para aceitá-los sem ter que assumir uma inédita aura de príncipe em ambiente tão impreciso ... ?