07 abril 2008

Sentimentos de Propósito

Dizia não ter propósito.
Amanhecia com a noite, e adormecia seus olhos pela manhã.
Era amigo da Promessa e da Culpa.
A falta de compromisso o deixou confuso.
Comprometeu-se com a Desordem, então.
Fez um rascunho de seus planos para destruir a Solidão, destruiu o rascunho.
Digno. Não seria reto ter um roteiro para encontrar a Felicidade.
Bem que ela tentou marcar um encontro, mas ele não compareceu. Ela, a Felicidade, ansiosa e cheia de calor, chegara com o intuito de fazer frente às Sombras. Mas sua jornada foi inglória. Sempre contraditória, ficou a esperá-lo, mas ele não se apresentou. Em nenhum dos encontros.
Ele, o Amor, foi o mais injustiçado.
Tentou sempre chegar a tempo do encontro com a Felicidade, mas sempre tinha que comparecer na casa da Angústia, sua amante. Tentou sair algumas vezes com a Paixão; mas esta, era louca demais, nunca Constante. Tinha ápices e delírios que o afastavam da Paz. Flertou com o Companheirismo, mas como esse tal Companheirismo era o filho único da Fraternidade, a relação não poderia dar certo.
Fez-se só.
Não pôde ser compartilhado.
Não pôde ser ouvido.
Entendeu assim, que o Amor por mais que se apresse, só encontrará a Felicidade quando ambos estiverem no mesmo propósito.

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