04 abril 2008

Nuvens Despidas

Quando não houver mais tempo, perca seu tempo em mim.
Não finja que não pode, não finja ao meu triste coração;
Somente a chama do nosso amor queima mais que o fim.
Somente o nosso crepúsculo nos levará à legítima redenção.

Não sou ingênuo em crer na aurora de uma nova chance.
(Nossa história não tocará no rádio, não passará na teve);
Não somos canção pronta, nem novela, tampouco romance.
Somos o fruto de nossa derrota, somos semente de quem crê.

Como não acredito, sigo sozinho, sem fronteiras, sem nação;
Fui libertado, mas vivo de sonhos, para os sonhos, em vão.
Pelo prazer de negar a crença, dissipo-me ao abraçar o tempo.

Os olhos curvados contemplavam sua alma tímida, lembrança.
No chão, nossos errôneos passos, nosso tablado, nossa dança.
No céu, nuvens se despem e se recobrem quando sopram o vento.

Um comentário:

DANIELLE NASSIF disse...

Você que escreve?
Gostei!

:*