03 abril 2008

Acasos

Ao acaso, fez-se maior que a própria dor.
Dor que desfrutou, e sorriu de seu acaso.
Negou sua paixão, envolveu-se na tolice.
Não cortejou somente um tolo abandono.

Resignado, viu a existência na resistência.
Contra as sombras, mirou os olhos ao sol.
Ofuscado pela inocência, perdeu até a fé.
Seu templo foi razão; e a razão, sua alma.

Vendeu-se, seduziu-se, cedeu-se às idéias.
Por acaso, seus pobres ideais se esvaíram.
Aceitou o convite de se apaixonar de novo,
Mas fez-se asno, de asneiras se alimentou.

Não viu plenitude em vida. Não viu a morte.
Esqueceu a razão, mas antes descobriu, sim:
A morte é a conseqüência congênita da vida;
Já a vida, é apenas uma seqüência de acasos.

Nenhum comentário: