08 abril 2008

O Circo

Se faltar pão, eis o circo:
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Sensíveis de plantão que me desculpem, mas não agüento mais o caso Isabella.
Se o sensacionalismo ainda não venceu, ao menos minha paciência já foi nocauteada.
Não se trata de insensibilidade, ou descaso com a triste e vexatória história de assassinato da pequena criança.
Na realidade, não existe mais espaço na minha mente para casos como esse.
Vejo nas ruas, nos botecos, e nos mais inusitados lugares tal discussão. A busca incessante pela resolução do crime número um do país. Todos formulam palpites, teorias e acusações sem o menor embasamento. Trata-se de um momento de expor a criatividade, canalizando-a para o lugar completamente equivocado.
Enquanto a população se dispersa, o mosquito da dengue volta a fazer novas vítimas no Rio; os escândalos dos cartões coorporativos, dossiês, e, até mesmo os outros crimes hediondos são esquecidos.
Ninguém dá a mesma importância ao caso do Tibet livre, invasão no Iraque, e outros conflitos internacionais. Lógico, “é tudo muito longe daqui”, “Não é problema nosso”, “Eles que resolvam o problema”. E essa é a tendência natural.
A venda de jornais popularescos aumenta; a audiência de programas que dão cobertura ao caso, por quase toda a sua duração, aumenta; só não aumenta a paciência do pobre ser que em casa – ou na rua – tem que ouvir os mesmos comentários, as mesmas farsas, os mesmas julgamentos.
Sinceramente, espero que esse circo termine logo, e que um novo espetáculo recomece, porque a lona que está aí armada, pode ruir a qualquer momento, sem que a justiça seja realmente feita, sem intervenções da mídia, da própria opinião pública, e que a alma da pequena criança, tenha seu descanso legítimo. Descanso esse, longe da verdadeira insensibilidade que mais uma vez é alimentada por nossa platéia, digo, pela sociedade brasileira.

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