18 junho 2007

Remédio Simplório

A beleza de uma lágrima que agora teima em cair, não é beleza é sofrimento.
O sofrimento da alma que pensou que tinha chegado aos céus volta à realidade.
A realidade sonhadora que formou um conto de fato se despede com certa indiferença.
A indiferença, que sempre foi meu maior repúdio, hoje se apresenta de forma madura.
Madura como um ser racional, que se desvincula de qualquer ato feito por uma criança.
Criança que até então não tem a imposição do medo em si, que age seguindo seus instintos.
Instintos que aproximaram a alegria de ser linguagem em uma só sintonia.
Sintonia plena que negou a racionalidade mesquinha daqueles que tentaram a desmascarar.
Desmascaram apenas pequenos véus que cobriam seu olhar e suas vergonhas.
Vergonhas que se calaram a espera de um grande momento, no qual estivessem sós.
Sós, e viradas do avesso estão a prosa e a poesia, pois hoje ambas se emudecem.
Emudecem a vontade de ser feliz, e o coração que batia desesperadamente feliz.
Feliz com a ausência do medo, com a letargia do sofrimento, o anunciar de uma nova era.
Era, foi, é. Não se pode afirmar em qual tempo verbal estamos, não se sabe nem se existe verbo.
O verbo não se fez carne. Fez-se pão e foi esfarelado pela ânsia daqueles que se amam.
Amam porque são burros, pois se fossem astuciosos, enganariam seus princípios com canções vazias.
Vazias foram as cestas de mentiras, porque a verdade edificou a sinfonia que se compôs.
Compôs-se e descompôs-se, numa melodia que não se arrepende de ter existido.
Existe.
Não importa mais se surgirão outros compositores. O que tem relevância é a beleza de uma lágrima que não caiu, desviou seu caminho e abriu um sorriso radioso que abraçou o coração em sua dor e curou a tua alma com um remédio simplório, popularmente conhecido como esperança.

Um comentário:

Anônimo disse...

estou indo