25 fevereiro 2008

Tentativas

Copiosamente, sua escrita chora. São lágrimas ácidas, que queimam o papel, mas não fazem esforço algum para saírem de verdade. Esboços patéticos e resignados, que se recolhem na incongruência dos fatos. Como sempre, convergem-se dispersos, e no final de cada página, a história mal contada, perde-se em cada página sem numeração. Os dados não fazem sentido. Os verbos não são harmoniosos; e, o esboço, não passa de uma frustração.Olha na lata de lixo, e vê algumas histórias semelhantes. Recorda de momentos de cada uma delas. Tenta achar falhas no roteiro, para que em uma próxima resenha, tais falhas possam ser alertadas de antemão. Não consegue encontrar a obviedade entre elas, e, mais uma vez, consternado, arranca com força a folha de papel, que mecanicamente aliou-se ao caderno de anotações. A lixeira transborda. As idéias dissipam-se a cada tentativa. Priva-se da honra de escrever sua felicidade. Memórias arruinadas pela ânsia de prosperidade o conduzem a chorar novamente. Copiosamente, sua escrita retorna a chorar. Nem mesmo a fé, que ainda faz com que se apóie em prováveis dádivas, juras ou possibilidades, faz com que sua alma respeite a idéia da concretização de todas as suas crenças mais abstratas. Bajula o sofrimento, como sinal de que, aprendeu, aprendeu com seu rascunho de realização. Muda a página e começa a tentativa de uma nova história com apenas três letras, paz. Eis o primeiro passo. Eis a primeira promessa. Eis a célebre ilusão de quem sonha, e decide transformar esboços utópicos, em dias realistas.

2 comentários:

Unknown disse...

Você é o meu orgulho ;*

lesly lidiane disse...
Este comentário foi removido pelo autor.