20 setembro 2008

Monumento

Não menos que um monumento.
Uma obra de arte, quiçá.
Os pássaros se aconchegam.
Os velhinhos do outro lado,
Esperam o chamado.
O dominó é a companhia dos últimos dias.
Talvez os mais pomposos.
Sem a ânsia da infância,
Sem a arrogância da mocidade,
Sem a insegurança da meia idade.
A pipoca, os pombos,
Os menores de olhos avermelhados.
As bolsas que não voltam mais,
As bolsas que voltam ao buraco,
O mercado que quebrou,
O mercado que foi saqueado.
O banco que ruiu,
O banco que faliu.
Esquece de tudo.
É apenas monumento.
Uma obra de arte, quiçá.

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