17 abril 2006

Vestido Para Amar

Falar de amor é, e sempre será, uma propriedade complicada, pois quanto mais argumentos e teorias abordamos, mais evasivas e inverossímeis são as respostas as quais temos o anseio de descobrir.
Ao nascermos, um raciocínio contundente pode nos dar a prova de que a felicidade não é inerente ao nosso primeiro ato pós-natalino, o choro.
Segundo William Shakespeare: “Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes”.
Este cenário o qual Shakespeare relata não é nenhum palco de “Otelo” ou “Hamlet”, mas sim o cotidiano degradante do aspecto social, ou seja, o palco da vida.
Esta demência também é vista por Nietzsche, que da forma nua e seca salienta que “Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura”.
Ao amar, deixamos de fazer parte do imenso cenário dos dementes e nos integrarmos ao conjunto de novas loucuras abstratas e até mesmo reais daqueles que se esquivam de qualquer tipo de razão.
Fugir da realidade é como querer encontrar todos os dias uma alma gêmea á nossa espera, dobrando a primeira esquina.
Quantas vezes encontramos na vida um verdadeiro amor? Uma alma gêmea? O alguém que fosse o seu número?
Uma...?
Duas...?
Três...?
Quinze vezes...?
Nenhuma vez!?
Toda variação é valida, pois a quantidade de almas que podem se colidir no amor é muito grande, pois existem centenas, quem sabe até milhares de pessoas que foram feitas semelhantes a nós.
Quantas vezes você já viu alguém com uma camiseta igual a tua?
Se você não cai no gosto comum, e se afasta da “demência social” foram raros estes momentos.
Não porque foram produzidas poucas camisetas, mas sim por que existe um universo enorme, onde elas podem ser objetos de premiação de futuros amigos-secretos. Podem vestir uma pessoa no outro lado do país, quem sabe até do mundo.
Quando nos deparamos com alguém usando uma camiseta igual a nossa, vemos apenas mais uma “alma gêmea”, que antes acreditávamos que era única.Sempre que esta camiseta se sujar, ficar velha ou rasgar, podemos ficar nus, mas assim como no amor, nos vestimos com um novo manto de esperança, que nos cobre do frio e nos protege da chuva ácida da demência.

Um comentário:

Robson Assis disse...

"Eu tenho uma camiseta escrita 'eu te amo'. Parece uma grande bobagem, mas é o que eu sinto quando estou voando."

O gerente às vezes é gente boníssima, mas deu uma vacilada quando criou o amor..

Abraço,
Robas, que vai comentar todos os posts mesmo e daí..