13 junho 2009

Roda-Gigante

Queria que meu amor fosse dúvida.

Amores certos, recíprocos e verdadeiros

São o maior passaporte para o fim.

Enquanto a roda-gigante estava inversa,

De cima via-se um esboço de sentimento.

Progrediu, consolidou, fez-se real.

Ambos chegaram ao céu.

Viram de cima o prazer,

Mas o céu não foi limite.

Uns são inquietos, se movem na cabine,

Nitidamente querem fugir.

Arredios, olham o que está embaixo,

Mas já não dão mais valor.
Buscam proteção, defesa.

Procuram defeitos entre a estrutura metálica

Que edifica a roda até a sua base.

Por qualquer motivo,

Reclamam do operador da roda.

Um lado começa a subir,

O outro, triste, vive apenas a descer.

Descompasso, choro e fim.

A roda-gigante não gira mais como outrora.

O amor, nem é dúvida, nem certeza:

Apenas não pode ser mais amor.

Quem ficou na roda-gigante,

Começa a se agigantar.

Mas de todo o gigantismo,

Só ficaria a imagem do mundo,

Pequeno e palpável quando se está

Por cima, quase a tocar no céu.

Um comentário:

Renata Fonseca disse...

DO CARALHO!