01 junho 2009

O Maquinista


Está vendo aquele trem desgovernado?
Ele me chama de passageiro comum.
Queria que tivesse medo de me perder,
De olhar para a minha estação
E não me ter em vista.

Mas sempre estou lá!
Solícito e resiliente.
Queria ser essencial para ele.
Um passageiro insubstituível.
Queria ser o maquinista.

No comando,
Eu fugiria dos trilhos,
Eu seria imprevisível,
Mas se estivesse eu, em meu caminho,
Me colocaria na área VIP.
Primeira classe.

Mas o trem não está em mim,
Eu não estou no trem,
E ninguém mais sabe
Onde é o fim da linha.

Nem mesmo a frustração,
Ou a revolta de quem o perdeu
São mais fortes que a
Pseudo-sensação de liberdade.

O trem acha que está livre,
Mas ainda se chocará,
E verá que é nessa estação
Que eu ainda quero embarcar.

Um comentário:

Estelle disse...

você é o maquinista