07 julho 2008

Sem Pestanejar

Ela surgiu como uma estrela...
Eu só queria habitar uma galáxia distante.

Ela pediu paciência...
Eu não tinha direito de pedir nada.

Ela dormia com os anjos...
Eu acordava com a devastação.

Ela cobrava seus direitos...
Eu tinha uma listagem de deveres.

Ela era de direita...
De virar à esquerda, fiquei torto.

Ela fazia bolinhos de chuva...
Impreciso, eu só faltava fazer chover.

Ela era quase sonho...
Eu tinha certeza que o pesadelo existia.

Ela sorria pra mim...
Eu ainda tinha ranço no coração.

Ela sempre soube me amar...
Sequer descobri que o amor pode ser descoberto.

Ela foi embora sem olhar para trás...
Eu que não sou besta, sem pestanejar faria o mesmo.

Um comentário:

Paulinha Barboni disse...

Parece amor de mãe. Lembrei da minha fazendo bolinho de chuva. Lembrei do primeiro "não pode!".
Lembrei dela...só não gosto de pensar que ela um dia vai partir.
Só tenho ela...

Incondicional.

Saudades!