17 novembro 2011

Serenamente

« Não Era Sereno »



Como um mísero e patético erro,

Caiu – solitário – ao tentar me alvejar.

Da ponta dos pés, ao topo do cabelo,

Viveu a queda em desarmonia.



Mais além, descobri que ser patético

Era a arte de ter emoção em excesso.

Fui buscar na queda a rijeza que faltava.

Edifiquei o coração,

Bloco sobre bloco.



O vento tremeu os pilares,

Mas a tempestade cessou.

A obra já poderia ser habitada.

Se a morada estava pronta,

A mobília que chegou era para um só.



Durante o crepúsculo,

Anunciei vaga e bons precedentes.

Em cinco linhas,

Fiz comercial da minha alma

E mandei publicar.



Na aurora seguinte,

Meu futuro estava nos classificados.



« Aguardei Serenamente »



Quando quis fumar, desisti.

Quando fui beber, salivei.

Pensei em sair,

Mas não achei as chaves.



E quando estava desistindo,

O Telefone tocou.

Era uma voz doce.

Não tinha embargo,nem embaraço.



Em mensagem clara e sincera,

Ouvi exatamente o que era desejado.

O quê, por uma vida inteira,

Sempre ansiei:

“Estou pronta para sua paz”



Em um novo amanhecer,

Na cama, lá estava ela.

Feliz e apenas me esperando.

A abracei, fechei os olhos,

E ali começamos nossa eternidade.



« Serenamente »

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