08 novembro 2011

Queimando Tudo

Eles foram presos no raiar do dia, ainda bastante cedo para estarem acordados.

A polícia designou mais de quatrocentos homens para fazerem a varredura da USP, e logo a situação estava resolvida. Ao optarem pela invasão no início do dia, os policiais evitaram o confronto direto, que certamente seria sangrento e deixaria sequelas na imagem da corporação perante a mídia e a sociedade.

É tão estranho, quando 28 anos depois, você é obrigado a concordar com uma ação policial.

Os estudantes almejavam liberdade, e como forma de protesto ficaram reclusos.

Resistência tiveram, bradaram, se organizaram, mas o final foi previsível.

Agora se voltam novamente contra a mídia e a opinião pública, com frases de efeito como “Chega de repressão”, “Abaixo a Ditadura!” e blá, blá, blá.

Sabemos que existem lá alguns estudantes que batalharam para chegar aonde chegaram, mas essa fatia não passa de uns vinte por cento, se muito. Os 80% restantes, desde a pré-escola frequentaram instituições que aguçaram seu desenvolvimento psíquico-intelectual e o raciocínio lógico, em escolas particulares que deram o devido embasamento e preparo para a época dos vestibulares, e não suficiente, ainda tiveram o reforço dos cursinhos preparatórios. Vaga garantida, decerto.

Nas intermináveis festas nos Campus, nos Jogos em cidades distantes onde tudo é possível, nas repúblicas, todos sabem qual é o tipo de “combustível” que alimenta a diversão desses revolucionários.


Devido às prisões no campus e a contestação contra a ação da PM na prisão dos estudantes por uso de maconha, fizeram o que acharam justo e revolucionário. Invadiram e agora tomaram a invasão. Toma lá...

Mas desta vez, – eu que sempre fui a favor da defesa dos direitos constitucionais, da liberdade irrestrita e da certeza de que não existe pior mazela que o fim dos anseios individuais –, me curvo a aceitar as ações policiais.

Os estudantes da USP queimaram minha paciência até a última ponta.

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