31 março 2008

Calar-se-á?

Entregou o poema, não o dilema.
Não se entregou, nem fez questão.
Não respondeu. Nem perguntou.
Calado. Lacônico. Angústia resoluta.

Uma pausa para o café. Um lampejo.
Gole negro; Tenta buscar a idéia.
Ela foge, arredia e preventiva.
Não faz parte do dilema. Nunca fez.

Nas revistas não recorta esperança;
Nos jornais, notícias de um velho mundo;
O que há de novo além de solidão?
O que há na solidão que sente de novo?

O menino corre pela rua.
Já é hora de ser atropelado?
Não. Esse é aquele que vai vender chiclete.
Mas é temporário. Logo o crime flertará.

E de quem é a culpa? Do Café?
Do poema? Da prosa? Da Poesia?
Ou das Idéias, que desde que entraram,
Não deixaram a fresta da razão se calar?

Calar-se-á?

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