24 fevereiro 2006

Let's Rock

“ A música pode transformar o mundo, pois ela pode mudar as pessoas”
Bono Vox

Até sábado era loucura viajar mais de cinco horas para ver Rolling Stones nas areias de Copacabana no Rio, como todos sabem, de graça.Muitos dos senhores do apocalipse tinham certeza que aquele show seria um verdadeiro massacre, um perfeito caos (talvez o trauma do acidente da “Banda Rebelde!?”, dava ao subconsciente destas pessoas a convicção de que a tragédia maior estaria por vir.Lógico, em um universo de 1, 2 milhões de pessoas, ocorrências como assaltos à mão leve, ou desmaios por causa do calor são completamente aceitáveis. Quanto ao acidente da rebeldia, só posso lamentar, pois o Shopping Fiesta não tem nenhuma estrutura para um evento digno de que saia em alguma manchete de jornal. Como os organizadores do evento desafiaram essa lógica eles ganharam a sua notícia.Mas deixando os rebeldes sem causa de lado, volto a alegria e o prazer de assistir à um espetáculo como o dos Stones.Não foi apenas um show, foi simplesmente o show de maior público da maior banda de rock and roll da história. Talvez tantos superlativos se justifiquem no nome da turnê: “A Bigger Band Tour”.Mas eu não consigo me satisfazer, eu tento eu tento, mas eu não consigo!Segunda-feira dia 20:Bancário ainda cansado de uma exaustiva, porém inesquecível viagem ao Rio, começa sua maçante e enfadonha rotina.Entre uma e outra autenticação, entre um e outro esporro, entre um e outro cliente estressado o rapaz percebe que já são 5 horas, quando atende a última pessoa que estava no banco.Seu expediente já se excedeu em mais de uma hora, mas quem disse que ele pode sair mais cedo?Quando tenta reunir argumentos convincentes, de que realmente precisa ir embora é indagado da seguinte forma: “Mas outro show?”, e em seguida os brilhantes comentários “Você é louco mesmo”, “ Só você mesmo”.Será que sou apenas eu?Some mais de 1 milhão, com pelo menos 1 milhão que gostariam de estar na noite do Morumbi, e já teríamos a população superior a da maioria das cidades brasileiras.O U2 é do tipo de banda que tem todos os atrativos necessários para obter respeito e lealdade com seus fãs e para marcarem suas vidas com pouco mais de duas horas de show.Hinos para serem berrados em estádio, músicas introspectivas, carisma dos integrantes, qualidade na elaboração das letras e melodias, presença de palco, interação com o público, preocupação com causas sociais e humanitárias, e o mais importante para um belo show de rock: diversão.Digo que me diverti ao entrar no Morumbi ( e olha que não era dia de jogo do tricolor).Digo que me diverti ao ver a luzes do palco se ascendendo.Digo que me diverti ao sentir emoção.E é a mesma emoção comovente e divertida, que me faz lembrar de uma pontual frase de Sir. Mick Jagger:

“I Know. It’s only Rock ‘n Roll. But I like It”

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