19 agosto 2013

Suave Voz

Como a suave voz de suas entranhas
Partilhou estranhas palavras sem voz.
Cuspiu no orgulho que o feriu
E feriu os orgulhosos que cuspiram em si.
Mandou prender a sua liberdade
E pelo sonho de ser livre se prendeu.
Não observou o trânsito pela janela,
Apenas transitou e da janela se viu.
Nos olhos, um pesar pedante.
Na alma, somente a piedade o olhava.
Lançou o corpo para fora do carro
E ao pousar os pés no solo, perdeu o chão.
Sem  chão, sem teto, sem rumo, sem prumo.
Aprumou as migalhas de si
E se fez pão a uma languida ave
Que, ao voar,

Deu vida a suave voz de suas entranhas.

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