« Não Era Sereno »
Como um mísero e patético erro,
Caiu – solitário – ao tentar me alvejar.
Da ponta dos pés, ao topo do cabelo,
Viveu a queda em desarmonia.
Mais além, descobri que ser patético
Era a arte de ter emoção em excesso.
Fui buscar na queda a rijeza que faltava.
Edifiquei o coração,
Bloco sobre bloco.
O vento tremeu os pilares,
Mas a tempestade cessou.
A obra já poderia ser habitada.
Se a morada estava pronta,
A mobília que chegou era para um só.
Durante o crepúsculo,
Anunciei vaga e bons precedentes.
Em cinco linhas,
Fiz comercial da minha alma
E mandei publicar.
Na aurora seguinte,
Meu futuro estava nos classificados.
« Aguardei Serenamente »
Quando quis fumar, desisti.
Quando fui beber, salivei.
Pensei em sair,
Mas não achei as chaves.
E quando estava desistindo,
O Telefone tocou.
Era uma voz doce.
Não tinha embargo,nem embaraço.
Em mensagem clara e sincera,
Ouvi exatamente o que era desejado.
O quê, por uma vida inteira,
Sempre ansiei:
“Estou pronta para sua paz”
Em um novo amanhecer,
Na cama, lá estava ela.
Feliz e apenas me esperando.
A abracei, fechei os olhos,
E ali começamos nossa eternidade.
« Serenamente »
17 novembro 2011
08 novembro 2011
Queimando Tudo
Eles foram presos no raiar do dia, ainda bastante cedo para estarem acordados.
A polícia designou mais de quatrocentos homens para fazerem a varredura da USP, e logo a situação estava resolvida. Ao optarem pela invasão no início do dia, os policiais evitaram o confronto direto, que certamente seria sangrento e deixaria sequelas na imagem da corporação perante a mídia e a sociedade.
É tão estranho, quando 28 anos depois, você é obrigado a concordar com uma ação policial.
Os estudantes almejavam liberdade, e como forma de protesto ficaram reclusos.
Resistência tiveram, bradaram, se organizaram, mas o final foi previsível.
Agora se voltam novamente contra a mídia e a opinião pública, com frases de efeito como “Chega de repressão”, “Abaixo a Ditadura!” e blá, blá, blá.
Sabemos que existem lá alguns estudantes que batalharam para chegar aonde chegaram, mas essa fatia não passa de uns vinte por cento, se muito. Os 80% restantes, desde a pré-escola frequentaram instituições que aguçaram seu desenvolvimento psíquico-intelectual e o raciocínio lógico, em escolas particulares que deram o devido embasamento e preparo para a época dos vestibulares, e não suficiente, ainda tiveram o reforço dos cursinhos preparatórios. Vaga garantida, decerto.
Nas intermináveis festas nos Campus, nos Jogos em cidades distantes onde tudo é possível, nas repúblicas, todos sabem qual é o tipo de “combustível” que alimenta a diversão desses revolucionários.
Devido às prisões no campus e a contestação contra a ação da PM na prisão dos estudantes por uso de maconha, fizeram o que acharam justo e revolucionário. Invadiram e agora tomaram a invasão. Toma lá...
Mas desta vez, – eu que sempre fui a favor da defesa dos direitos constitucionais, da liberdade irrestrita e da certeza de que não existe pior mazela que o fim dos anseios individuais –, me curvo a aceitar as ações policiais.
Os estudantes da USP queimaram minha paciência até a última ponta.
A polícia designou mais de quatrocentos homens para fazerem a varredura da USP, e logo a situação estava resolvida. Ao optarem pela invasão no início do dia, os policiais evitaram o confronto direto, que certamente seria sangrento e deixaria sequelas na imagem da corporação perante a mídia e a sociedade.
É tão estranho, quando 28 anos depois, você é obrigado a concordar com uma ação policial.
Os estudantes almejavam liberdade, e como forma de protesto ficaram reclusos.
Resistência tiveram, bradaram, se organizaram, mas o final foi previsível.
Agora se voltam novamente contra a mídia e a opinião pública, com frases de efeito como “Chega de repressão”, “Abaixo a Ditadura!” e blá, blá, blá.
Sabemos que existem lá alguns estudantes que batalharam para chegar aonde chegaram, mas essa fatia não passa de uns vinte por cento, se muito. Os 80% restantes, desde a pré-escola frequentaram instituições que aguçaram seu desenvolvimento psíquico-intelectual e o raciocínio lógico, em escolas particulares que deram o devido embasamento e preparo para a época dos vestibulares, e não suficiente, ainda tiveram o reforço dos cursinhos preparatórios. Vaga garantida, decerto.
Nas intermináveis festas nos Campus, nos Jogos em cidades distantes onde tudo é possível, nas repúblicas, todos sabem qual é o tipo de “combustível” que alimenta a diversão desses revolucionários.
Devido às prisões no campus e a contestação contra a ação da PM na prisão dos estudantes por uso de maconha, fizeram o que acharam justo e revolucionário. Invadiram e agora tomaram a invasão. Toma lá...
Mas desta vez, – eu que sempre fui a favor da defesa dos direitos constitucionais, da liberdade irrestrita e da certeza de que não existe pior mazela que o fim dos anseios individuais –, me curvo a aceitar as ações policiais.
Os estudantes da USP queimaram minha paciência até a última ponta.
06 novembro 2011
Lá Era o Aqui Todo Dia
Ela quis chegar lá,
Mas nunca percebeu...
Que lá era o aqui todo dia.
E nunca entendia
Que o mundo era seu.
Sua cama a gelar,
E o olhar a perder...
O brilho que se convergia
Era a sua família,
Era você e eu.
Sempre fez...
Pra deixar de pensar.
Só pensou...
Em deixar de fazer.
Teve a chance de nos compreender,
Mas fingiu sempre esquecer.
E hoje finjo que nos entendemos,
Mas nunca me entendo se estou sem você.
Mas nunca percebeu...
Que lá era o aqui todo dia.
E nunca entendia
Que o mundo era seu.
Sua cama a gelar,
E o olhar a perder...
O brilho que se convergia
Era a sua família,
Era você e eu.
Sempre fez...
Pra deixar de pensar.
Só pensou...
Em deixar de fazer.
Teve a chance de nos compreender,
Mas fingiu sempre esquecer.
E hoje finjo que nos entendemos,
Mas nunca me entendo se estou sem você.
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