24 fevereiro 2007

Minúcias Despidas

Conflitos intensos nas minúcias da alma.
Cada fragmento representa tudo aquilo que não existe, tudo aquilo que não tem representatividade. Tudo aquilo que supostamente seria vazio. Mas não é.
Segmento por segmento, passo a passo, a confusão instaurada em seu coração começa a tomar conta da razão, deixando-o completamente refém de milícias sentimentais, que apoderam-se de seu corpo, cobrando pedágio caro para quem não esperava gastar nada.
Talvez esse seja o preço de quem se arrisca e se expõe dessa maneira, mas sem arrependimento, continua. Não sabe para onde, nem até quando, apenas continua.
Sente a impressão de que já dissera ou pensara tais palavras, mas em meio à tantas dúvidas, não se pode dar ao luxo de questionar este pormenor. Tem apenas que seguir. Em frente, torto, desconexo, desaprumado, não importa! Segue.
A intensidade chega ao seu ápice.
As minúcias se unem embaralhando todo o senso crítico.
Já não sabe mais o que é alma, o que é sentimentalismo, o que é racionalidade e o que é paixão.
Sabe de pouca coisa não é verdade.
Mas sabe, que entre todas essas dúvidas está a sua felicidade.
Intangível à um olho nu, mas explícita na felicidade de dois corpos despidos de arrependimento.

Um comentário:

Paulinha Barboni disse...

Se estivessem realmente arrependidos não estariam felizes. No fundo todo corpo despido brinca com a satisfação de errar e negar a si mesmo que o prazer é a coisa mais intima, egoista e fatal de uma vida. Mesmo que seja da forma mais equivocada e proibida...