24 setembro 2015

Refúgio



Existem fotos que não precisam de legendas.


Na última quarta-feira, o fotógrafo Búlgaro István Zsíros teve a felicidade de sentir a mais nobre sensação da sua profissão: estar no lugar certo e registrar o click perfeito.


Em Keleti, a principal estação ferroviária de Budapeste, István capturou a cena de um casal rodeado por mais de 2.500 refugiados sírios.
Talvez sem se preocupar com o amanhã,  ou quem sabe um beijo para fortalecer a união em um momento de desespero.


O que importa é que o carinho entre os refugiados correu o mundo e deu um pouco mais de esperança a quem ainda acredita no amor (aquela parada que fica entre o orgulho próprio e a vontade louca de abraçar árvores pela manhã).


As principais agências de notícias do mundo repercutiram a foto como um momento raro.


Importante feito se lembrarmos que esta é considerada a era de celebridades descartáveis e notícias bombásticas do tipo "você não pode dormir sem saber".


Não era uma modelo tomando sol na praia, uma atriz em um show de rock, ou um sertanejo passeando com o cachorro.


Quem sabe esse beijo foi mais um suspiro agoniado da humanidade, que no fundo só quer um refúgio para se amar.