26 março 2009

Como no Zoológico

Na primeira tarde não havia cama sem par.
Dias, noites, carnavais, discussões.
Dois animais, como no zoológico.
Ela, com a sagacidade de uma lontra.
Ele, com os erros primários de uma anta.
Da loucura, aos momentos ternos,
Fez-se presente à felicidade.

Esconde a arte em cada palavra;
Faz da curiosidade alheia, uma arma.
Tudo isso para se defender.
Tem medo de tantas variações.
Mas sabe, que era isso que queria.
Uma vida sem marasmo,
Nada de tardes bucólicas.

Aprende a confiar, quer apenas confiar.
Não ouve as vozes dissonantes.
É apenas seu coração quem ditará
As próximas coordenadas.
Se tivesse apenas um minuto diria:
“Obrigado, mas ainda sinto saudade”.

01 março 2009

Tristeza...

Tristeza...
Quando bate, não tem hora.
Sem aprumo, sem demora.
Branda voz do infinito.

Tristeza...
Fel divino que atormenta,
Quando a alma não contenta
Nem o sonho mais bonito.

Tristeza...
Fez-se apenas em delírio,
Trouxe aos ombros o martírio,
Da paz que é lembrança.

Tristeza...
Fonte pura de desgosto.
Retrato fiel do oposto,
Que se espelha na esperança.

Tristeza...
És minha sina, companheira.
Fez-se em mim tão traiçoeira,
Como par do meu destino.

Tristeza...
És Império dessa dor...
És o choro desse amor...
Hoje apenas és meu hino.